Se amigos fossem jardins, e alguns são – cultivaríamos exatamente assim: os alimentaríamos à base de boas sopas temperadas com ervas e especiarias – as primeiras curam, são coração, doadoras e empáticas – se fossem um signo, certamente seriam cancerianas, lunares, nutridoras e acolhedoras.
E as especiarias? ah… estas ofertariam graça, o calor humano, risada pronta para explodir até sem motivo. Elas trazem a segurança que só as crianças são capazes de ter. Autoestima e diversão que dão sabor à vida – fazem a diferença. Estas são o Sol leonino, claro. Acompanham tal “sopa” a mais bela taça com o melhor vinho. Quem é o vinho? É o espírito que se expande em gratidão e amor. A taça somos nós, certamente. (Isso eu aprendi com meu amigo espiritual…)
Depois seria apenas deixar o jardim florescer. Isto acontece mais rápido do que imaginamos. Sabe a cara de inverno, pálida, meio séria, porém, diga-se -, elegante, sem dúvida- pois é, ela se desfaz em um grande sorriso trazendo o sol para o ambiente e esquecemos essa coisa de estações. Basta uma palavra boba, uma cena non sense no filme, e em confiança entre esses amigos, relaxados, sem anúncio ou prévio aviso irrompe a gargalhada, sem cerimônia, super à vontade, solta…e só dá ela, enchendo o ambiente, preenchendo o coração… iluminando tudo.
Claro, amigos-jardim, não são todos que têm, mas podem ter. Basta permitir, confiar e principalmente acolher e não escolher – o coração sente e cumpre essa tarefa, ele apenas reconhece.
Tenho amigos solares e amigos lunares. Amigos abraço, amigos vinho, e iguarias quentinhas com fumacinha com aroma de ervas que você tenta decifrar. Nada ali é óbvio. Tudo respeita seu humano mistério.
Têm aqueles que insistem em te carregar pela mão para o dia iluminado em uma aventura qualquer pra ver se você sai do seu inverno pessoal. Ele te empresta seus raios, divide, compartilha e vocês brilham juntos, mas nunca misturados – cada um sabe a posição e o papel em que está naquele momento. As posições se invertem sempre que necessário, e isso ocorre naturalmente. (Mentira…! Tem hora que mistura sim, e isso também é ótimo, pois amigos não têm regras, têm códigos secretos.
Descobri que enquanto o verão esquenta e tudo brilha, é fácil estar junto, a companhia é fácil, tudo está do lado de fora, visível. O verão, ao contrário do que pensamos, ilumina, mas disfarça com seu colorido muita coisa que hiberna dentro de você e foi adiada pelos primeiros raios solares e seus apelos.
Chega o inverno, há um recolhimento natural e um acolhimento para aqueles que doam e se permitem receber amor.
Anoitece e os raios de sol mudam sua rota, você olha para dentro, para os lados, e numa busca por algo maior, olha para o Céu e encontra a Lua que ilumina sua escuridão – na hora exata. Você só consegue pisar, caminhar seus necessários passos porque ela não te deixa cegar, ilumina cada pedra do Caminho, acolhe, inspira, recolhe aquilo que não mais é necessário, acende a fogueira onde vocês se aquecem e ali jogam o desnecessário.
O próprio fogo transmuta tudo, ajuda a Lua com sua luz, colore o ambiente, derrete o medo e a mais remota possibilidade de solidão, que é a não consciência de Si Mesmo.
Quem tem a Lua por perto, tem raios de sol também, a Lua os guarda. Ela não invade, ilumina, observa, acolhe e inspira seus próximos passos.
Amigos sol/lua, verão/inverno… São inteiros, posto que são escolhas cósmicas. Se tenho preferência entre amigos sol ou lua? Ora, claro que sim. Prefiro aqueles que sabem ser sol e sabem ser lua na hora em que é necessário, ou apenas porque é bom… Isso é ser humano em espírito… isso é amor e poesia… é jardim na alma da gente…
Aos meus, de todos os signos, em todas as Casas, muito obrigada! Sempre…
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