Sumário: Personalidade Olfativa das Rosas em três tempos – rosa branca, rosa damascena e rosa vermelha. As rosas e seus recados.
Alquimia da Rosa? Sim. Vamos falar sobre uma linda mulher. Não. Não é a Julia Roberts. Sua origem é nobre. E, claro, não é à toa, pois sua generosidade é algo notado por todos que a conhecem. E quem não conhece Rosa?
Quando falamos generosidade, lembro de seu perfume, pois por onde passava, deixava um pouco de seu aroma e vibração, que alias sempre foi altíssima, tendo um incrível poder curativo. Falamos da Alquimia da Rosa.
Ninguém até hoje foi capaz de determinar sua idade, pois se apresenta de várias formas, cores e estilos. Pode ser a mãe ou a filha menina que traz esperanças e alegria aos lares, dos mais simples aos mais requintados.
Conheci Rosa quando ainda criança. Ela apresentou-se a mim quando precisei. Era menina como eu, chegou com seu vestido branco, cabelos coloridos de amarelo solar. Ela não andava, voava em volta das pessoas. Disse chamar-se Rosa Alba.
Naquele dia ela era um anjo que me rodeava. Eu estava com medo, pois tinha operado a garganta, abri os olhos e não vi minha mãe. Quando eu ia gritar ela se aproximou colocando seus dedinhos finos e longos diante dos lábios cor de rosa, indicando silêncio.
Bastou sobrevoar à minha volta deixando seu perfume suave, que acalmei. Eu, criança, tinha o hábito de dar cor a tudo. Os números tinham cores, bem como os dias da semana também. Com o perfume de Rosa seria diferente? Não. Era um aroma branco, quase transparente.
Alquimia da Rosa Adolescente
Quando já era adolescente, a reencontrei, mas custei a reconhecer. Ela apresentou-se caminhando com passos leves, delicados, já não tinha aquele olhar inocente de quando via as coisas do Alto e nada precisava temer, como quando a vi como um Anjo.
Sua cor mudou bastante, era de um tom rosa muito diferente. Tinha atitude e autoconfiança. À essa altura, ela já conhecia o Amor. Ela era o Amor.
Sua linguagem era o aroma que espalhava por onde passasse. Tinha o poder de provocar sorrisos, de lembrar aos seres humanos que passassem por seu caminho que Fé é algo palpável, e não subjetivo, como acreditamos.
Ela fazia com que listássemos todas as conquistas, todas as superações de desafios enfrentados. Quantas vezes nos curamos de doenças, nos livramos de acidentes, adquirimos coisas que precisávamos ou quando descobríamos um amor? Ela fazia-nos responder.
Nesse momento gostei muito daquele pensamento, mas gosto mais ainda de explicações – se eu não conseguir explicar, fica difícil acreditar. Nossa…! Pra quê fui pensar isso? Ela me perguntou na hora: “essa pessoa que está aí ao seu lado, está bem de saúde, se curou de uma doença grave?” Disse que sim, graças a Deus. “Você rezou, pediu e se movimentou em função dessa cura?” – “Sim, Rosa, claro!”
Isto aconteceu quando meu avô curou-se como por milagre. Ela disse que era Amor – ele sentiu a vibração do Amor em todas as suas células, se comprometeu com a Vida e sua cura.
Essa pessoa é palpável? A cura foi palpável, a fé fez com que todos se movessem em função da cura. Se não acreditassem, nada teriam feito, e provavelmente nada teria acontecido.”
-“É…, Rosa…, mas é isso mesmo que pensei – tem casos em que a cura não acontece. Como você explica isso, então?” –
-“Explicarei tudo com detalhes mais tarde, mas agora apenas pense que vivemos no Infinito. Não é porque você não vê, que algo deixa de existir. Você vê vírus e bactérias? Pois é, mas já sentiu seus efeitos. A única coisa que existe é a Vida – a morte é vida em outro lugar. A Cura é um processo que transcende a matéria. Muitas vezes trata-se da cura do espírito.
Nessa hora lembrei-me da escritora norte-americana Helen Keller, que tinha severa deficiência visual e auditiva. Estaria ela condenada a viver assim? Ela teve fé, que a levou à atitude de contratar uma professora também com deficiência para ensiná-la a ler. E assim foi. A primeira palavra a ser aprendida: Água – em uma das mãos era soletrada e sentida a palavra, na outra, ela sentia a experiência da própria água.

Rosa Centipholia
Tornou-se ativista pelos direitos das mulheres, das pessoas com deficiência entre outras causas nobres. Ela dizia que morrer era simplesmente passar de um cômodo a outro, e no seu caso, quando isso acontecesse, ela teria a vantagem de poder voltar a enxergar. Helen também, como meu avô, comprometeu-se com a Cura.
Rosa e sua Alquimia
Rosa falava com ênfase e com a firmeza de quem sabe o que diz. Mesmo assim, sua voz era suave. Andava pelo cômodo todo como se dançasse. Dava a impressão de que se movimentava em espiral. Adolescente, quase uma mulher adulta, muito madura para sua idade. Mas, como ela mesma disse: “Tenho a idade dos meus pensamentos. Sou jovem porque admito minhas emoções e me movimento por elas.” Enquanto conversávamos, eu sentia seu perfume – era mais assertivo do que o da Rosa Alba, porém mais doce.
Pude ver a cor do seu aroma. Era cor de rosa natureza. Disse que suas inúmeras pétalas representavam as emoções com ação, portanto resolvidas. Perguntei seu nome. Ela respondeu com a simplicidade que só os espíritos nobres têm: “Meu nome é Rosa Damascena”.
A Alquimia de Rosa Rubra
Alguns anos se passaram e não mais lembrava de Rosa Alba ou da Rosa Damascena. À essa altura, eu já adulta, trabalhando, namorando, levando a vida de forma responsável, mas com uma boa dose de irreverência. Precisava ser da forma que eu era, sem mentiras, dramas ou tédio. Dava vontade de viajar? Pegava um avião e ia.
Não queria fazer algo que fosse necessário, mas que se não fosse feito não prejudicaria ninguém? Então eu não fazia. Adiava conscientemente. Fazia o que queria, adorava dançar, sair com os amigos e não dava recados – o que pensava era dito da forma que eu sentia. Achava que era franqueza. Só descobri com Rosa a outra face da “franqueza”.
As Coisas Ficam Mais Sérias
Acontece que conheci meu primeiro “namorado de verdade”, porque até então eu “brincava de namorar”, não levava as coisas muito a sério. Sabe aquela coisa de fazer o que queria, falar o que sentia, e adiar obrigações? Jesus…! Tudo se potencializou. Não pensava muito, agia – aqui a doçura da Alba e a Sabedoria da Damascena que eu havia aprendido e vivido? Dei férias.
Ia tudo muito bem até que um dia pego minha “melhor amiga” pendurada no pescoço do bonitão. Eu não sabia que a “franqueza” poderia ser rudeza!
Falei tanto desaforo para os dois! Acho que se tirassem uma foto da minha energia naquela hora, sairia tudo vermelho com vários pregos saindo da minha boca em direção a eles.
No dia seguinte Rosa Rubra bate à minha porta. Ela quis me explicar algumas coisas, mas eu não queria ouvir. Ela aproximou-se e furou o meu dedo com seu espinho.
Depois de xingar um pouco, perguntei por que ela tinha feito aquilo. Ela contou que desenvolveu durante a Vida algumas habilidades, e a primeira foi a de aprender a se defender e estava me ensinando na prática.
Para isso ela já tinha passado pela fase Alba, Damascena e agora, mulher mais madura, sabia como curar-se da raiva, do ciúme e até da agressividade. Já sabia fazer tudo isso, mas com o requinte de quem sabe o seu valor tanto como ser espiritual, mas como mulher que ama a vida.
Seu movimento é em direção à si mesma, do coração para o corpo todo. Ela ressurge renovada, com a força de quem precisou aprender a olhar para si mesma com amor e autovalorizar-se. Sabe que seus espinhos são tão importantes quanto suas pétalas.
Curou-se com o que aprendeu sobre perdão com Damascena, sobre Fé na Vida com Alba, e como mulher Rosa Rubra, fez suas adaptações e não precisou perdoar ninguém, apenas se libertou do passado, não em favor de ninguém, mas para o seu próprio bem estar.
Cada um ficou com seus valores, temperamentos e prioridades. Hoje essas pessoas são história para contar – ficou o aprendizado – Hoje é livre para ser quem é.
Essa sua visita foi muito importante para mim, pois aprendi com ela. Além disso, ensinou-me a fazer substituição de memórias traumáticas, me inspirou a misturar flores para fazer chás, manipular perfumes e banhos, ou simplesmente segurar suas pétalas nas mãos e fazer alguns exercícios por ela indicados. Aprendi, fiz, ensinei e ensino a quem precisa.
A partir daquele dia, a Fé de Alba, o Amor de Damascena e o Movimento e Paixão de Rubra são incorporados em uma só coisa: corpo, mente e espírito de uma unidade que sou eu. Mas pode ser você. Acredite. Mas movimente-se!
Rosas como arquétipo: https://valeriatrigueiro.com.br/tendencias-da-semana/a-dona-da-carroca-tendencias-entre-02-e-08-de-abril-de-2017
Artigo link acima escrito em 2017 por Marcelo Barroca https://valeriatrigueiro.com.br/marcelo
Imagem “rosa adolescente” – by Pascal Cottel – em https://pixabay.com/pt/
Imagem Rosa Rubra: – by Karen_Nadine – em ttps://pixabay.com/
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