A casa da minha avó era a minha casa. A lembrança que tenho da “casa da vovó”, do aroma do doce de abóbora com canela, do chá de erva doce para aliviar cólicas, da canjica com cravo, e principalmente a “água de flor de laranjeira para dormir bem e sonhar com os anjos”, são da minha infância, adolescência, e, mesmo a vovó tendo partido já há bastante tempo, ela vive através de sua história, estórias e ensinamentos, afinal nos educou, portanto, da vida adulta também.
Ela morava conosco. Enquanto minha mãe saía para trabalhar, a fim de abastecer a casa materialmente, minha avó cuidava das três (muitas vezes 4) crianças, e de quebra, nos educava. Meu avô ensinava tudo por parábolas. Era um contador de estórias. Meu pai? Bem…, cuidou da própria vida, e de certa forma, da nossa também, já que não seríamos nós se ele estivesse por perto, melhor ou pior, não temos como mensurar. Só sei é que deu tudo certo. Hoje vejo que tudo é perfeito e a Natureza tem seus propósitos, não fazendo nada à toa. Sou gratidão.
Vovó não sabia nada dessas “coisas quânticas”… uhm… acho que falei bobagem. Retiro o que disse. Mais “quântica” do que ela, ainda vou conhecer. Quando tínhamos pesadelos, ela corria com um tipo de chá e suas orações, e tudo era feito de acordo com o grito que vinha dos quartos. Ela identificava a voz, vinha verificar se tínhamos todos acordado – claro que sim -, ela encontrava 3 ou 4 pares de olhos arregalados no escuro. Mandava que consolássemos aquele que teve pesadelo. Como era isso? Orações que ela ensinava – acho que aprendemos a rezar até antes de falar – estou rindo aqui sozinha, mas tenho mesmo essa impressão. Era muito engraçado, lembro de ela perguntar: “o que houve, fulaninho?” E o pesadelento da vez contava o sonho. E então perguntava: “E você, por que estava gritando?” Lembro bem de responder invariavelmente: “não sei. Ele (irmão) ou ela (irmã ou prima) gritou e aí eu fiquei com medo também.” Conclusão: eu tinha medo do medo dos outros. Credo! Ainda bem que cresci… (um pouco), pelo menos meus medos hoje são devidamente identificados para poder despachá-los.
A oração da Ave Maria terminava de forma diferente da que praticamos hoje em dia -, super mega “quântica”, e ouçam bem, não curto muito esse papo de tudo ser quântico atualmente.
Era assim: … “primeira guia de Maria, primeiro paquiar de São José, três palavras ditas verdade é, valha-me Jesus, Maria e José, minha alma vossa é.” *
Quando digo que os chás contra pesadelo eram específicos para cada criança, não estou exagerando – o do meu irmão era de camomila; o meu de hortelã, da minha irmã era o de casca desidratada de tangerina – sempre tinha uns potinhos de vidro em cima no armário da copa -, e o da minha prima (o quarto par de olhos arregalados) era sempre de rosas brancas – vovó também tinha estoque de pétalas de rosas brancas colhidas na chácara de uma amiga dela bem ali na nossa rua. Eu fazia questão de ir junto na casa da Dona Palmira na rua Garibaldi – hoje é um prédio imenso! Tomávamos banhos de pétalas de rosas uma vez por semana – ficávamos em pé numa bacia de ágata e ela jogava o banho nas nossas cabeças. Dizia que rosa podia jogar na cabeça, sal grosso não! E mais tarde vim a entender a razão.
Desde criança os aromas fazem parte do meu cotidiano como remédio; como flores sempre enfeitando a mesa do jantar, ou mesmo através dos perfumes sintéticos que minha mãe usava à época. E para cada um, ela contava uma particularidade. Assim, aprendi que o perfume Mugget Du Bonheur era feito de uma florzinha que dava sorte e era distribuído pelas costureiras na França às crianças para desejar-lhes boa sorte. Posso sentir o aroma até hoje, basta fechar os olhos. Ah… mas conhecem o óleo essencial de lírio do Vale? Pois é… depois conto… é ele!
Ih… já ia esquecendo que quando notei que cada neto recebia um chá diferente, que eu identificava pelo aroma, a explicação era uma só: “vocês são irmãos, mas não são iguais!” Claro, tratamentos personalizados. (Aqui a minha noção dos perfumes personalizados desde que comecei em 2003 na Aromaterapia).
Quando comecei a trabalhar com a Aromaterapia, já a utilizava intuitivamente, tinha uma leve noção de como preparar tinturas com folhas de eucalipto, para aliviar dores musculares, os “poderes das flores”, etc.
Perfumes naturais são e sempre foram minha verdadeira vocação. Parece exagero, mas é verdade. Assim sendo, cresci, me tornei adulto (acho que sim…), me formei como professora de inglês, – outra paixão desde a infância -, até que em 2003 surgiu de forma oficial na minha vida a Aromaterapia. Minha primeira palestra em público sobre o assunto foi em 2004 – “Perfumeterapia e os Elementos da Natureza” – e em tudo o que eu faço desde então, os perfumes estão presentes, e os Elementos da Natureza mais ainda! Afinal sem eles, não há nada!
E a minha “avó quântica?” vocês devem estar pensando: ok, ela tratava tudo com ervas, e claro, nelas os aromas estavam presentes – o que por si só já trazia memórias e conforto -, as orações, o culto no lar, as noções de valores, e lembremos de sua oração da Ave Maria e seu final… “três palavras ditas verdade É…”
Por que seria assim? Certeza, saber “verdades” não sei, mas podemos pensar: o poder do três.
- As três substâncias alquímicas, que sem elas, nada existe – sulphur, sal e mercúrio;
- O Pai, o Filho e o Espírito Santo;
- Corpo, Mente, Espírito;
- Passado, Presente, Futuro;
- Coração, Cabeça e Mão
- A Chama Trina – (foto), que representa, entre outras coisas, o poder, a fé, proteção, a Boa Vontade e intenção de criar no nível da Divindade – a cor azul. Detentora da força e energia do Arcanjo Miguel; a cor rosa do Amor puro necessário para sentirmos conexão com o Semelhante (o Todo do qual somos parte), compaixão, misericórdia, perdão, autoestima, beleza, cuidado com o semelhante, não julgamento. E ambas, tanto a Chama cor de Rosa quanto a Azul se entrelaçam com a Chama Dourada (ou Amarela) da Sabedoria, da união entre os seres, paciência, sentido de Verdade Universal, onde não há cisões seja de gênero, raça ou credo. Tolerância não seria a palavra ideal, pois dá o sentido de “aguentar”, mas acolhimento caberia melhor. Resumindo: Poder, Amor e Sabedoria.
Assim, me dou conta de que minha avó era erveira, benzedeira, rezadeira, perfumista (misturava tinturas aromáticas incríveis!), numeróloga… e nem sabia disso, e eu me dou conta de que naturalmente ela era Mestra, foi a minha primeira, depois veio a minha mãe de forma mais sofisticada, e agora eu estou aqui “ralando” para ser pelo menos um pouco mestre de mim mesma.
*…”primeira guia de Maria” (Maria Mãe de Jesus – representando a Matrix (órgão que todas as mulheres – e só elas, possuem) que traz o corpo encarnado à Terra. Ela trouxe Jesus e todas as mulheres trazem esse potencial de fazê-lo. É a Fonte de Vida, entrar e sair do Planeta com a proteção da Mãe Divina.
*… “primeiro paquiar de São José” – hoje descobri, telefonando para o órgão máximo da Igreja Católica aqui no Rio de Janeiro, o que “paquiar” significa, pois nunca descobri, nem mesmo no Google. Um funcionário descobriu que é uma palavra originada no espanhol que significa Templo – o primeiro Templo (ou palácio) de São José – o pai de Jesus encarnado aqui no Planeta.
*…três palavras ditas verdade é…” a materialização, como acima, as três substâncias, que sem elas nada existiria – O Pai terreno, a Mãe terrena e o filho Divino, porém encarnado, como manifestação do Pai e Mãe de tudo o que há – Deus na Terra.
Se é assim, não posso garantir, – sinto assim – mas pronuncio que Deus se manifeste na Terra, que Deus se manifeste na Terra, que Deus se manifeste na Terra! Cura, Cura, Cura!
E depois dessa conversa com minha avó aqui, volto à minha origem como Perfumeterapeuta, de forma diferente – Perfumes personalizados sim, através do Mapa Alquímico como tenho feito já há alguns anos, mas desta vez reciclo meu trabalho com as Chamas Sagradas e as três substâncias alquímicas manifestadas em cada cliente.
O perfume na energia da Chama Azul de São Miguel está pronto, e foi com ele que consegui voltar a escrever. Meu primeiro texto este ano. Alô…! É claro que o perfume foi feito da forma que eu senti, não estou querendo dizer ser este o “perfume do Arcanjo”. Tem a vibração das palavras que caracterizam a Chama. Fiz depois da auto-aplicação do Reiki do Arcanjo Miguel, isto eu fiz sim!
Gratidão é pouco. Assim, gratidão, gratidão, gratidão!
Assim É.
Óleos Essenciais:
Néroli – atua no coração e na mente – substâncias Sal e Mercúrio; (olha a água de flor de laranjeira da minha avó em forma mais sofisticada, aromática e assertiva)
Patchouli – atua nos três primeiros centros energéticos – ativa os sentidos – substância Sulphur;
Olíbano – atua nos chakras superiores, inclusive Estrela da Alma – substância Mercúrio.
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