Lavar ou não os pés?

O sapo não lava o pé! E não lava mesmo porque não quer! Ele mora na beira da lagoa, em um palacete divino e não lava porque não quer. Mas quem disse que ele precisa lavar?

Aqueles pezinhos delicados e lisos, jamais qualquer sujeira os tocou. Sempre cobertos, sempre preservados, sempre aromatizados em lavanda. E ele, um sapo príncipe que ainda nem fora beijado, tem toda a realeza aos seus pés para os lavar quando solicitado. E ainda assim, ele não precisa, em sua concepção, de uma lavagem nos pés. Pois acredita que acima dele, nada existe e abaixo, são todos  sobras…

Aos poucos esse sapo se tornou solitário e egoísta, achando que todos estavam ali à sua disposição para serví-lo. Todos não passavam de meros lavadores de pés.

Fechado em seus próprios preconceitos, seus pés o mantém suficientemente na altura da arrogância. Mas esse sapo irá aprender.

O sapo talvez lave o pé! Ele lava se ele quiser! Ele mora na beira da lagoa, no brejo, no rio, na mata úmida e onde mais der vontade de enfiar os pés. Quando cansa, simplesmente mete o pé.

Ora sujos, ora limpos. E assim, faz com os pés, com as mãos, com o corpo, com o espírito e com a vida. Lavando quando deseja, tratando com lavanda somente quando precisa.

Este sapo é bicho solto. É cria da vida. É malandro e faceiro. Esse sapo se tornou um pé de vento que sem forma ou imagem, deixa rastro e pegadas por onde passa. Aos poucos aprendeu que pé serve para levar, como andarilho, ao destino. Dias de chuva são melhores porque lavam os pés e pensamentos. E quando ao sol aquece até os sentimentos.

Esse sapo aprendeu com o famoso cantor, deixando a vida o levar. Mas nada construiu, não se tornou famoso e nem realizado, apenas foi levado. E esse sapo irá aprender.

O sapo lava o pé! Ele lava porque quer! Ele não só mora como pertence à lagoa e lava o pé porque já sabe fazerem parte dele. Aliás, o que seriam os pés?

Nada mais do que parte de uma plenitude criada por Deus. Ele é a criação perfeita, em pés, mãos e restante do corpo. Cada parte pertence e integra o ser. Ele é um sapo Cristo, que veio vibrar no amor e paz. Ele veio lavar os pés não somente dele, mas como de qualquer outro que surgir no caminho. Desde o mais simples ao mais nobre, porque humildade é seu nome.

E de lava-pés com lavanda, em lava-pés, ele vai espalhando a palavra. Tornando a lagoa em uma imensidão, de uma engrenagem planetária. Ele sente que está à serviço de todos, de forma prazerosa e sem julgar se é ou não merecedor de lavar pés. Coloca um pé diante do outro, sem dar passos maiores que consiga andar. Pula de tanto que levita e a espiritualidade é água para nadar. E esse sapo irá aprender.

Todos somos da mesma natureza “sapo”, como aprendizes. Aprender todos vamos.

Em saltos longos ou passos pequenos, depende de nossos “pés”… afinal, nem pé sapo tem.

Mais cedo ou mais tarde, todos iremos lavá-los.

Mas que chulé!

Óleo Essencial: Lavanda – Excelente companhia para momentos de mudanças. quando precisamos alquimizar nossa Vida, pensamentos e emoções, ele empresta a calma necessária, desacelerando ímpetos.

Foto 1: Couleur on Pixabay

Outras: Google imagens- DP



 

 

Marcelo Barroca

Marcelo Barroca Assertividade. Intuição. Humanidade. Assim se caracteriza seu trabalho como Oraculista. Tradução de símbolos arquetípicos com a marca de quem ama e respeita o que faz.

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