Para falar sobre essa flor, vou precisar pedir que você olhe bem para a foto. Pois é, ela parece um trevinho de quatro folhas. Agora, você imagina um “trevo de 4 pétalas”. Claro, sabemos da nomenclatura contraditória. Sendo um trevo (com origem na palavra três), não poderia ter quatro folhas.
Quem disse? Quem manda na Natureza? Assim, temos trevos de quatro folhas como símbolo de boa sorte, posto ser raro. Pesquisas dão conta de que para cada 5.000 trevos de 3 folhas encontra-se apenas um de quatro folhas.
Cada uma das folhas tem um significado que varia de cultura para cultura – sorte, esperança, fé e amor. Ainda dependendo das crenças locais, pode-se atribuir a cada folha uma estação do ano, uma fase da lua, ou um elemento da Natureza. E eu, claro, fico com essa versão.
É exatamente aí que focamos nossa observação sobre o osmanthus. Se quiser, olhe de novo para a foto e você vai entender que uma analogia com o trevo de 4 folhas é inevitável.
São 4 pétalas ligadas entre si, porém opostas, formando uma cruz. Crescem em cachos unidos. Têm semente única de coloração roxa.
O termo “aroma inebriante” lhe cai muito bem, já que sugere algo doce, comestível e exótico. Estimula a fantasia de forma elaborada, com efeitos requintadamente afrodisíacos, trabalha na esfera do humor, trazendo alegria. O interessante dessa flor é que tudo sugere elegância.
Interessante registrar que quando falamos em aroma “doce e comestível” não é apenas uma forma de descrição, já que a flor de osmanthus é usada para aromatizar chás e vinhos na China. Imagino que bom efeito deve ter no que diz respeito ao estado de ânimo que pode imprimir no vinho… uhm… tive uma ideia…!
Pensemos nas cores e textura também, um aroma aveludado? Certamente. Quando sentimos o aroma com a alma e envolvemos o corpo todo, podemos sentir a poesia que ele traz em si e captar sua estória.
Trata-se de um aroma privilegiado com várias qualidades como ser doce e ao mesmo tempo seco, quente, floral, exótico, e provocante. Ok, se formos ver sua química encontraremos algumas explicações como a cis-jasmone, iononas, etc., que explicam muita coisa, mas não é esse nosso caminho aqui.
Tem função antidepressiva, inclusive em casos mais graves. Ajuda com sucesso em casos de relacionamentos estagnados, que parecem ter perdido a vitalidade por falta de renovação. Em resumo, alguns pessimistas poderiam afirmar que tais relacionamentos passaram do “prazo de validade”.
Calma…! Pode ser que não. Sentir e pensar é necessário antes de bater o martelo. Temos que considerar o desânimo dos indivíduos, a preguiça em relacionar-se, em deliberar-se a mudar algo em si. Existe a falta de libido – no sentido de energia vital (que se reflete nos relacionamentos), e o medo de mexer em algo que em aparência está dando certo. Sim, no nível inconsciente as pessoas sabem não estar, mas fazem força para não terem que tomar uma atitude.
Na verdade, elas sabem que não mudam por medo de desandar de vez. Veem a fragilidade da relação e não ousam dar o próximo passo, assumindo a hipótese de ficar e ver no que dá. Lidam com o “conhecido”. Sair do relacionamento e ter que lidar com o “ilustre desconhecido” que é você mesmo não entra em questão. “Como será esse cara?” Não posso ficar sozinho com ele, o que vamos conversar? E se eu descobrir que ele é a figura mais monótona que eu já vi?”
Isso tudo passa pela cabeça do indivíduo que quer evitar a qualquer custo ter que lidar consigo mesmo. Está acostumado a estar com “o outro” há tanto tempo que se perdeu de si mesmo… Não lhe passa pela cabeça que descobrir-se é tarefa hercúlea, mas que vale um tesouro!
Relacionamentos são ligações que mantém a vida. E importante pensar que isto de estar consigo mesmo, respeitar seu próprio ritmo, decidir não ir onde o outro quer e ficar em paz enquanto “o outro” vai e você fica é apenas maturidade e respeito a si e ao outro.
Assim sendo, muitas vezes o que um relacionamento precisa é de ajustes em você mesmo.
Não pensar na hipótese de permitir-se e ao parceiro serem mais fortes em si mesmos, mais respeitosos com o indivíduo que cada um é, e ao encontrarem-se poderem se sentir inteiros, criativos, melhores e com energia renovada para alçarem novos voos, juntos ou individualmente é típico do medo da cura. Sair da caverna faz doer os olhos. É preciso calma, exercício e aos poucos você nem entende como ficou na escuridão tanto tempo! A luz é a única opção que há.
Ou o contrário, que também pode acontecer – virem a descobrir que é hora de tomar novos rumos, cada um em sua direção pessoal e intransferível, enfrentando frustrações, mas dando-se a chance de uma vida melhor sozinhos ou com novos parceiros, porém mais inteiros e conscientes de si mesmos. Ih… dor nos olhos de novo…!
Essa percepção de o aroma de osmanthus atuar nos relacionamentos baseia-se na Mitologia Chinesa, que sustenta a estória de que a árvore de osmanthus cresce na Lua, nossa ilustre representante dos sentimentos.
Acreditava-se que a lua era ocupada por uma floresta densa de árvores de osmanthus. Inclusive, as sombras vistas na lua eram atribuídas às sombras delas.
Conta-se que Wu Gang, figura tradicional do folclore chinês foi traído por sua esposa, tendo um romance com o neto do imperador. Quando ele descobriu, não deixou barato e resolveu se vingar. Não pensou em arrumar outro amor, cuidar de si e seguir a vida não. Achou que iria resolver a questão matando o amante da mulher. Credo! Quem não pensa e age só com o instinto pode se dar muito mal, e foi o que aconteceu com Wu Gang.
Claro, o imperador era poderoso e logo descobriu quem matou seu neto. E como não se conformava, resolveu castigá-lo.
Acreditava-se que as sombras causadas pela lua eram devido às árvores que lá existiam. Tais árvores eram de osmanthus. Assim, ele poderia resolver dois problemas – acabaria com as sombras e castigaria para sempre o assassino de seu neto.
Wu Gang ser obrigado a cortar a árvore poderia dar trabalho, mas não seria castigo tão sério, mas o que ninguém sabia, só o imperador, é que tal árvore teria o poder de curar a si mesma. Ele derrubava a árvore à noite, e cansado se jogava ali mesmo, porém poucas horas depois quando abria os olhos, quem estava lá lépida e fagueira olhando para ele com aquele aroma incrível?
Ahra… ela mesma…! A árvore de osmanthus. Ela tinha o poder de autorregeneração. Então, ele cortava a árvore à noite e pela manhã lá estava ela, alta, linda, florida e majestosa.
Claro, isto, tornou-se um castigo infinito, já que a tarefa provava-se impossível, acreditando-se, inclusive, que as sombras que vemos da lua são das árvores de osmanthus.
E a poesia não fica só por aí. Essa flor está ligada às 4 estações, às 4 fases da lua e tem as suas 4 palavrinhas com as quais exerce seu poder e magia – confiança, amor verdadeiro, romance e prosperidade. Não disse que de um jeito ou de outro o osmanthus tem algo a ver com o trevo de 4 folhas?
Estamos falando de esforços vãos. Por algum motivo alguém toma uma decisão, sofre consequências, mas tenta “enganar o fluxo da vida”, tendo então um “castigo”.
Entretanto, este não é tão vão assim, pois a atitude do imperador castigando Wu Gang com o ato de cortar a árvore e ela regenerar-se, para ele cortá-la de novo e mais uma vez ela curar-se, isso ocorrendo infinitamente, nos faz pensar que nada é vão.
Podemos aprender a agir na nossa vida como a árvore de osmanthus. Se formos cortados e feridos, temos ainda a capacidade de nos curar e florir, pois o remédio para o homem está dentro dele mesmo. Com essas flores, conta-se, pode ser feito o “elixir da vida eterna”, conforme conta outra lenda chinesa.
Agora neste momento em que você lê esta lenda, pode ser que Wu Gang esteja executando sua tarefa de cortar a árvore lá na Lua. E como trata-se de uma árvore mágica, se você sentir um aroma inebriante, faça um pedido, pois pode ser Wu Gang cortando a árvore, ou melhor, pode ser a própria árvore se regenerando para mostrar o poder de cicatrização que só o amor tem.
Sinergia para autorregeneração após rompimento de relacionamentos: osmanthus + cipreste. Como utilizar, quantidades, doses e maiores detalhes, consulte-nos.
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