Pensei em repetir algo que venho falando ao longo dos anos como se um mantra fosse, mas resolvi contar a trajetória da Perfumeterapia tal como ela aconteceu e vem se modificando comigo ao longo dos tempos.
Desde criança tenho fascínio por aromas. Aliás, falarei português claro – por cheiros mesmo. Qualquer cheiro me contava uma estória, e na minha cabeça de criança isso era divertido.
Existem pessoas que adoram cheiro de gasolina, cheiro de tinta fresca, cheiro de lápis, chiclete e outros mais. Mas eu vou contar para vocês: quando criança adorava o cheiro do “Canal do Mangue”. Este é um canal sujo, com cheiro peculiar, digamos assim. Eu adorava quando minha mãe me levava ao trabalho dela e no caminho eu sentia esse cheiro.
Talvez a ordem dos fatores aqui faça diferença – eu adorava ir ao trabalho da minha mãe e aquele cheiro estava no caminho de minha casa até o trabalho dela. Já era uma memória olfativa/afetiva.
No trajeto, também tinha uma fábrica de cerveja que exalava um cheiro desesperadoramente enjoado. Meu avô me disse que era cheiro da cevada. Não sei se era. Criança que perguntava muito podia receber qualquer resposta do adulto só para se livrar.
Lembro a primeira vez que o senti e até hoje quando algo me lembra aquilo me enjoa o estômago. Basta lembrar… argh! Meu filho hoje me relata a mesma sensação. Ele chegou a conhecer antes de a fábrica fechar naquele bairro do Rio de Janeiro – a Tijuca.
São cheiros incorporados ao cotidiano que as pessoas nem dão atenção. Pra minha sorte fechou antes de eu, adulto ir morar em frente! Hoje é um supermercado, que, aliás, é outro que tem um cheiro muito desagradável. Cheiro de que? De supermercado – algo misturado com cheiro de ração de cachorro e mofo. Sei lá…
Tem ainda o cheiro da fábrica de açúcar que existia no caminho das minhas férias infantis. Duas delícias – cheiro de açúcar queimado e viajar de férias com a família. Nossa, imagino fazer um perfume como o aroma da fábrica do Açúcar Pérola – além do prazer, ficaria rica – o pessoal com mais de 40 anos iria adorar.
Calma…! Vocês devem estar pensando que estou escrevendo minha biografia…, não! Chego lá.
Assim, desde cedo percebi que ao sentir cheiros tinha magia – uma chavezinha se movia e dava acesso a algo diferente e bom. Nem sempre bom, é verdade. Mas a sensação estava lá.
A primeira vez que senti uma emoção forte com cheiro e a chave se moveu foi quando um dia eu tinha tido um problema na escola e fui pra cama fechar os olhos, pois com os olhos fechados eu achava que o problema desapareceria.
Ficava assim por um tempo. Estou eu lá e devo ter me desligado, pois não percebi os passos de minha mãe, mas acordei imediatamente com o cheiro do esmalte de suas unhas – ela estava chegando do salão. Aquilo me deu uma sensação de proteção enorme.
Era a presença de minha mãe que se anunciava através do cheiro do esmalte de suas unhas, foi ele que me liberou para abrir os olhos, não tinha mais perigo. Era a minha mãe ali. E, claro, até hoje adoro cheiro de esmalte apesar de saber que de saudável não tem nada… Mas o cheiro… ah… para meus critérios afetivos é aroma mesmo…
Sim, caminhando mais no tempo, fui crescendo e me dedicando a fazer bobagens – pegava os perfumes franceses de minha mãe – àquela época caros, posto que raros no Rio de Janeiro no final dos anos 60 -, e acreditava que poderia modificar e fazer algo diferente. Característica que trago até hoje e que veio a caracterizar o trabalho que exerço – perfumes naturais personalizados.
Cresci mais um pouco e já ia ao Centro do RJ na Saara comprar essências na rua Buenos Aires. Comprava “Lavanda Garrão”. Mas eu queria preparar. Assim, juntava outras essências e quando não achava “diferentona”, ralava varetas de incenso dentro dos frascos.
Minha avó me ensina a fazer tinturas com ervas colhidas na horta da casa da amiga na nossa rua. Me leva para conhecer chácaras e hortos onde colhemos ervas para cura de cistite, pedras nos rins e reumatismo… É…, na Tijuca, no Rio de Janeiro já teve isso…!
Corta a cena para os anos 90 e eu já adulta, fazia um curso de Energia e Cura e Controle da Mente (nome que se dava ao que hoje chamamos de PNL) no Bairro da Ilha do Governador, onde temos o nosso Aeroporto Internacional – tempos incríveis de aprendizado com a Mestre Ananda (essa eu acho que é a única pessoa encarnada – à época – que reconheci como tal na minha trajetória, talvez por ensinar com amor, sem ego, com elegância… ih… se deixar, escrevo uma página…!) E, ali, caminhando pelas ruas do bairro Jardim Guanabara onde se encontrava a casa onde fazíamos o curso, encontramos uma linda loja chamada “Lua Cigana”.
Claro, não me interessava o que ali vendia, eu precisava entrar por causa do nome da loja. Só poderia ter coisas que me interessavam. Eu, minha mãe e minha irmã piramos escolhendo pulseiras, anéis e outras coisas do gênero, até que eu olho escondidinho atrás do balcão e da dona da loja, uns frascos pequenos de cor âmbar e digo para ela: “não sei o que são esses frascos, mas eu quero isso”. Claro, todas rimos e imediatamente ao cheirar o frasco, não só fiquei séria, bem como senti uma grande chave abrir um Portal dentro de mim.
“Preciso disso!” O que é isso?” A dona da loja riu e falou que era óleo essencial de sândalo e que ela poderia me vender. Explicou que não estava exposto porque era indiano e não podia ser comercializado por questões de burocracia fiscal. Mas como eu vi, eu poderia comprar, pois estava ali para isso mesmo. Quem fosse dessa energia, veria e compraria. E assim estava ocorrendo.
Claro, fiquei cliente e passei a usar o sândalo como perfume (hoje continua sendo a base de meu perfume pessoal, qualquer um que eu faça para mim, tem que ter sândalo) Nossa…, que sucesso! E como eu amadureci e me ajudou na Caminhada!
No dia seguinte estava eu já na livraria procurando livros de óleos essenciais – tinha poucos, alias, um só e eu comprei, li, reli, e comecei a pedir às pessoas que viajassem para fora do país que me trouxessem livros sobre o assunto.
Façamos um recorte para o ano de 2002 e descubro um curso de Reflexologia Podal com o uso de óleos essenciais – juro, pouco lembro das técnicas da reflexologia, mas dos óleos essenciais, tudo!
A partir desse momento, comecei a importar livros, a fazer todos os cursinhos de aromaterapia que me surgissem à frente e principalmente a gastar quase todo o meu salário como professora de inglês no balcão da loja onde fazia os cursos. Aí sim eu aprendi! Podia misturar e fazer todas as experiências que eu quisesse! Passei quase cinco anos apenas dando perfumes – em troca pedia que me relatassem os efeitos.
Em pouco tempo fui convidada para dar aula e adivinha sobre o que resolvi falar? “Perfumes Terapêuticos e os 4 Elementos da Natureza” – isso, creio que já estávamos em 2004/5…
A partir de determinado momento, comecei a fazer minhas próprias pesquisas e dar meus próprios cursos, a exemplo do que já havia feito com as aulas de inglês.
Aprendi, ensinei e agradeço a todos os que contribuíram para me ensinar algo. Agradeço a todos aqueles a quem ensinei, pois ensinando é que se aprende mais, pois o amor ao que se faz, traz maior responsabilidade e expande tudo.
Caminhamos mais um tanto dando cursos, workshops, palestras, atendimentos, criando blogs e escrevendo sobre o assunto “perfumeterapia”. Logo veio a necessidade de ter meu próprio site e alimentá-lo com artigos, creio que desde 2006. Nesse interregno, atuava também como articulista de outros sites e portais. Mas chegou a hora de aprender mais ainda… e desta vez aprendi sobre mim mesma de forma eficaz!
Em 2009 em uma viagem internacional a trabalho, descobri que esse “trabalho” tinha outra conotação: trabalho como aromaterapeuta sim, mas muito mais do que isso, como espírito em crescimento – ali conheci (acho que Reconheci) um Cigano que me mostrou o quanto sou capaz, me fez assumir e respeitar minha intuição e mais do que isso, liberar essa informação: “não é só técnica, meu trabalho é Perfumeterapia sim, tem conotação energética e espiritual. A técnica faz parte de um cenário maior.
Entretanto, teimosia continuou sendo uma característica, e o estudo um vício, portanto continuei querendo fazer as coisas todas explicadinhas e muita gente acreditou que a perfumeterapia fosse apenas um nome e perfumes personalizados um modismo. Paciência não é um dom com o qual eu tenha sido agraciada.
Muitas pessoas surgiram querendo que eu fizesse perfume “igual ao perfume” x” da marca “y”; e o fixador? “Eu quero um perfume igual ao que você fez para fulano…” “Paciência, onde andas? Jogo de cintura, cadê você?” Eles responderam: “Espere, estamos indo…” Enquanto isso…
Me matriculei na Escola de Alquimia Joel Aleixo –um local onde aprendi muito, agradeço a todos os professores, às meninas de minha turma e chegou o momento de voltar a abrir minhas asas e alçar meus voos solo.
Adaptei a Aromaterapia à Alquimia, juntei a Fitoterapia, Astrologia Alquímica, bem como a leitura do Tarot segundo a Alquimia e pronto… estava eu pronta para continuar preparando meus perfumes terapêuticos personalizados, agora com base na Alquimia.
Me ressintonizei no Mestrado em Reiki, me iniciei no Reiki Fitoterápico, resgatei uma tradição familiar de cura pela oração, herdada de meu avô Luís Romero, através de um presente de uma amiga, a Simone Regina, e fui sintonizada como Benzedeira pela Mãe Diva da Chapada do Araripe e estiquei minhas antenas para receber os mantras que são vocalizados dentro dos frascos de perfumes terapêuticos para ativá-los em suas funções e…
É nesse ponto que prometi chegar para explicar que o que é a Perfumeterapia. É claro que vem logo a seguir em um artigo específico – siga esse o link.
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