Começo a escrever sobre esse óleo essencial com muito cuidado. Sei que me empolgo, mas desta vez tenho um motivo a mais. Há nove anos, mais precisamente no ano de 2011, quando ainda atendia meus clientes de Aromaterapia com o Teste dos Treze Aromas, e ainda assim ao meu modo – lendo através da livre-associação de ideias aroma/inconsciente, os arquétipos ali presentes – atendi um professor de filosofia e formulei um perfume para ele à base do óleo essencial de sândalo Mysore.
Foram algumas conversas e apenas uma tentativa de sinergia, na verdade, foi certeira, pois eu estava diante de uma “pessoa sândalo”. Ok, o que seria uma pessoa assim? A história dele você pode ler aqui
Como estou eu mesma de volta para minha fase sândalo Mysore – Aromaterapeutas têm isso – fases em que ficam usando um óleo essencial específico, dizendo que é porque gostamos, mas na verdade, na Natureza nada é à toa. Usamos porque precisamos. O corpo ou a alma gritam: “quero sândalo”, no caso aqui presente.
Verdade é que gosto de pesquisar o que acontece no nível da alma, portanto enlouqueci atrás do telefone desse cliente, que chamei de Yan – para saber como ele tinha ficado com o uso do perfume. Claro que ele a princípio achou que eu tivesse pirado de tanto cheirar óleos essenciais – calma… isso não acontece…, mas ainda assim não tente, tudo que excede pode dar errado.
Para minha surpresa (mentira…) ele lembrou de imediato quando me identifiquei. Fiquei toda feliz, claro. Perguntei se lembrava do perfume que costumava fazer para ele em 2011 e fiquei feliz quando ele me respondeu que tão logo deixei de manipular seu perfume pessoal, fornecendo-lhe a fórmula, passou a fazê-lo, tendo modificado ao longo dos anos apenas um dos óleos, que acreditou estar deixando-o muito “zen”, conforme disse. No mais, aumentou um pouco o número de gotas da especiaria da fórmula como tempero do perfume. Perfeito, pois o tempo passa e a tendência é evoluirmos, modificarmos, e o nosso gosto e estilo mudarem.
E agora sim conto para vocês como é alguém do tipo sândalo. Trata-se de pessoas interessadas em assuntos profundos, amam falar de filosofia e religiosidade. São líderes por natureza e exalam segurança. Têm tom de voz baixo, fazendo com que todos façam silêncio para ouvi-lo – não é técnica, é natural. Quando falam sobre algo, o fazem com propriedade, tornando o assunto um belo aprendizado, pois costumam trazer curiosidades históricas e filosóficas que nem imaginamos. Têm sempre algo para compartilhar que atrai o interesse das pessoas.
Posssuidores de intuição inquestionável, costumam ter um senso ético privilegiado. Além disso, seu humor é daquele que se destaca. Os “tipo sândalo” contam piadas ou falam coisas bastante engraçadas no mesmo tom da conversa anterior, ainda que esta tenha sido bastante séria. Tornam o ambiente que habitam divertido e alegre.
Mas é claro que ninguém é perfeito, portanto quando estão no modo “off”, respeitem, pois desligam-se de tudo e não tem quem os faça sair de suas cavernas pessoais. Têm fases em que precisam disto como um retiro espiritual, mas sem deixar de trabalhar, sair, realizar todos os afazeres cotidianos necessários. Com a diferença de que assumem um ar sério, falando pouco ou quase nada.
Quem os conhece já sabe que quando acaba a fase, eles “voltam” melhores, mais alegres, mais sábios, com novos insights que fazem questão de compartilhar com todos. Quem não os conhece, estranha, mas rapidamente entendem que precisam respeitar tal comportamento, até porque outro jeito não há.
Pensando bem, dei muita sorte em haver telefonado na “fase certa” – telefonar hoje em dia pode soar quase agressivo, como uma invasão à privacidade alheia. Mas telefonei, ele lembrou de mim, – claro ainda usa a fórmula de perfume que fiz há anos atrás, e me segue em uma rede social. Fiquei feliz e aliviada, e o melhor, ele agendou o estudo de seu mapa astral alquímico, que é a forma que hoje avalio a fórmula do perfume do cliente. Será que ele enfim vai mudar de perfume?Estou torcendo…! Depois eu conto, ok?
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