Pois é…, hoje é dia de São Benedito aqui no Brasil, dia 05 de outubro. Achei uma injustiça, já que sou fã dele, para não dizer devota, porque seria exagero, e ando fazendo exercícios de equilíbrio, portanto não combina com exageros.
Hoje acordei disposta a fazer e acontecer, portanto, depois do banho e das orações de praxe, coloquei uma roupa de ficar em casa e escolhi uma camiseta que não usava já há bastante tempo.
Sabe aquelas coisas que a gente gosta tanto e acaba economizando? Por que não fazemos isso com dinheiro, né? Vou aprender! Tudo preparado para escrever um artigo sobre Equilíbrio, várias frases na cabeça, altas elucubrações e eis que no meio do texto sou informada de que hoje é dia de São Benedito.
Não me conformei! Como pode? Dia dele é o dia 04 de abril, e não esqueço porque é o dia do meu aniversário. Depois olhei no Facebook e dos meus não sei quantos amigos nenhum falou sobre ele.
Fiquei zangada! Ora, por que afinal ninguém fala do bendito São Benedito? Juro que cheguei a cogitar preconceito. Mas imediatamente ri da bobagem, sabe por que? Vou contar pra vocês quem foi, aliás, quem É São Benedito.
“Era uma vez…” … bem, ele era filho de escravos etíopes, que moravam na Sicília – Itália.
Ocorre que seus pais não queriam gerar mais um escravo para o mundo, portanto decidiram que não poderiam ter filhos. Entretanto, sabedor dessa decisão, o senhor deles prometeu que se os tivesse, concederia a liberdade à criança. E assim foi feito.
Aí já achei legal a história, porque o sujeito já deu uma força para que a criança nascesse e ainda fez uma promessa e a cumpriu. Isto, estamos falando de um período entre 1524 a 1589, portanto, Século XVI… bem…, ainda hoje pessoas que agem assim são raras, mas isso … bem…, falemos de coisas boas…
Nasceu Benedito no dia 31 de março de 1524, já recebendo esse nome talvez por causa da promessa feita ou seguindo o dito de que “nome é destino”. E nesse caso, foi mesmo. Já nasceu abençoado – Bem dito!
Para resumir, ele era do signo de Áries, daquelas pessoas que sabem o que querem e vão à luta. Bem, eu ser ariana é só um detalhe, tá? Ele decidiu cuidar de ovelhas e desde cedo já adorava rezar com o terço, conforme sua mãe lhe ensinara.
Mas, pensando bem, ele devia ser mesmo muito especial, já que sofreu com o racismo, enfrentando-o com paciência, sem raiva ou revide. Parecia compreender que a ignorância fere mais na pele de quem tem que conviver com ela no dia a dia.
Bem evoluído mesmo, principalmente para um ariano! E sua reação deve ter sido tão inesperada e bela que na mesma hora foi convidado por um franciscano a fazer parte da congregação de eremitas da qual era líder.
O ermitão é andarilho e não tem exatamente uma obrigação de fazer, ele é caminhante, observador da Natureza e seus mistérios, pode ser um religioso ou não. No caso dele, acredito, era pela conexão com a Natureza e o desapego às coisas da matéria, já que se desfez de tudo o que tinha para ser caminhante.
Andava descalço, dormia nas ruas e não usava nem cobertor. Ainda assim, estava sempre pronto para ajudar as pessoas, sendo muito procurado por seus sábios conselhos e orações.
Ocorre que um Papa chegou na parada e resolveu que não poderia mais ser assim. Quis colocar ordem, claro, para poder controlar tudo. Benedito então foi parar no Convento Franciscano dos Capuchinhos. Lá chegando foi designado para ser cozinheiro.
Aí é que começa mesmo a história. Ele era analfabeto – ai… acho horrível essa palavra -, mas era o que ele era no mundo da matéria, mas um tremendo sábio, tanto assim que por esse motivo foi eleito Superior do Mosteiro, e estudos não lhe fizeram falta alguma. Era muito organizado e um líder nato. E sabia da alma humana como ninguém.
Era procurado por todos inclusive na hora da tomada de importantes decisões, já que suas profecias eram de arrepiar. Benedito falou, pronto!
Não dava outra. Assim, passaram-se os anos e além da consideração e respeito, tinha a gratidão dos irmãos, que o consideravam iluminado pelo Espírito Santo. Inclusive, suas palavras eram valiosas para os homens de ciência e até para teólogos, que vinham de longe em busca de sua sabedoria.
Ao final do período de sua gestão como Guardião Superior do Mosteiro, ele voltou alegremente para a cozinha. Era procurado pelos pobres, escravos, ermitões e doentes, e a todos atendia. Os guardiões dos portões do Mosteiro “fechavam” com Benedito, e valia o combinado de não recusar atendimento a ninguém.
Ele costumava sair levando peixes e pães para todos. Inclusive, atribui-se a ele o milagre da multiplicação desses alimentos, apesar de eu achar que só Jesus sabia fazer isso. Mas eu acredito nele, acho que fazia sim. E tanto assim que era conhecido como santo milagreiro, tendo curas de cegos e surdos atribuídas a ele.
Existe um episódio que consta que ele fora pego com as roupas abarrotadas de comida, parecendo que do dia para a noite havia engordado vários quilos.
Assim, um dos padres tipo chefões da hierarquia pegou-o com a boca na botija (credo…! ainda se usa essa expressão?), e perguntou seriamente: “o que tens dentro de suas roupas?” Ele respondeu candidamente: “Rosas, Senhor!”. Como o sujeito continuasse esperando, ele abriu o manto e dali caíram muitas rosas de uma beleza raríssima e perfume inimaginável.
Ah… eu sei que Santa Isabel também fez um milagre igualzinho. Aliás, existe um ditado que diz o seguinte: “Eu conto o milagre, mas não conto o santo”. Ok, isso é papo de gente fofoqueira que quer contar a vida alheia, mas não quer comprometer suas fontes.
De qualquer forma, por motivos diferentes, concordo com isto. Afinal, o que importa é o milagre e não o santo. Fez milagre? Isso é que é determinante no sentido de mostrar as probabilidades que a vida dá, para reforçar a fé e nos ajudar a tocar a vida para a frente. Inclusive, o fato de constar na história o mesmo milagre para santos diferentes é bastante simbólico. O símbolo se repetir é algo a pensar.
Ele é o Santo padroeiro dos cozinheiros, protege a cozinha e os alimentos, cuidando para que nada falte ao corpo e ao espírito. É claro que a comida feita por ele ou sob sua supervisão era algo de maravilhoso em termos de cura dos males do corpo ou da alma. – pães ou rosas.
Quando transformou os alimentos em rosas, não estava enganando ninguém, simplesmente um alimenta o corpo e outro alimenta o espírito.
Ah… escrevi isso tudo pra dizer que o dia de São Benedito pra mim continua sendo dia 04 de abril, porque é dia do meu aniversário, porque eu quero e porque se é na Europa, devo ter herdado lá no inconsciente do meu inconsciente essa data, de meus avós. E para mim ele é o São Benedito dos Pães. Mas aí é outra estória! Viva São Benedito!
Esqueci de contar que a camiseta que coloquei hoje é essa da foto – de São Benedito. Legal, né? E eu nem sabia…!
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