Sobre tarots e oráculos – Surgimento do tarot

Começamos hoje uma série de artigos sobre o assunto Tarot e Oráculos. Não temos a menor pretensão de imprimir um tom de “verdades históricas”, “questões fechadas” ou coisas do tipo.

São sim, pedaços de história, nossa forma de ler e ver as coisas, portanto válidas para ilustrar o assunto, apenas isto.

Quem criou e em que época surgiram os baralhos denominados Tarot?

Há várias versões para o surgimento do tarot. E isto não é novidade, tampouco é à toa. Basta observarmos que tudo que diz respeito à sabedoria via símbolos através dos tempos, é assim. Faz parte do mistério necessário para criar uma atmosfera de respeito no consulente que propicie maior atenção e aprofundamento em si mesmo. Talvez a palavra seja, provocação.

Quanto mais óbvias as histórias, mais voláteis serão, e seu tempo de permanência mais curto. O mesmo se aplica às respostas do tarot, ou oráculo, quanto mais óbvias forem, menos provocará a alma do consulente. E o jogo é para ele. Momento de buscar as suas respostas e não as nossas, portanto aprofundamento e questionamento são vitais para um bom jogo.

Por isso vou falar da versão que acredito mais factível e, para dizer a verdade, a que gosto mais, pela razão acima. Teria sido inspirado em um jogo chamado Mamluk, nome de um sultanato egípcio, onde as pessoas da realeza tinham por hábito jogar cartas para passar o tempo. Estamos falando do Século XV.

Elas eram desenhadas à mão com motivos da realeza. Estavam presentes não só o rei, mas membros do exército, bem como copas, espadas,  ouros e paus. Todos desenhados e pintados à mão.

Encontrados e praticados na Índia  e em países muçulmanos. Só depois o tarot surge na Itália, também como jogo e passatempo utilizado pela nobreza. Era algo como o bridge. Mas voltemos aos Mamluk!

Na parte de baixo das cartas, vinha escrito aforismos em forma ritmada, tentando rimar, com mensagens, a princípio inocentemente poéticas. Mas não podemos esquecer que jogo é jogo e desde então era utilizado para trazer a luz sobre determinada questão, ainda que fosse saisfazer a curiosidade sobre a vida alheia, ali de forma lúdica e pretensamente despretenciosa.

O símbolo gravado em desenho aparece de forma subjacente em palavras, que por sua vez, precisam ser traduzidas pela alma e jamais pelo cérebro do leitor de símbolos, ou jogador, se preferirem.

Aqui estão algumas frases para ilustrar, e quem sabe pensar sobre o enigma que poderiam representar?

“Com a espada da felicidade redimirei minha amada, aquela que no futuro tirará minha vida”.

“Prazeres para a alma e coisas agradáveis. Em meu colorido há toda a espécie de coisas.”

“Veja quão  maravilhoso é o meu jogo, e perceba como minha vestimenta é extraordinariamente bela!”

“Enquanto o presente se apresentar alegre, ao mesmo tempo seu coração se abrirá.”

“Eu sou como uma flor, um fio de pérolas é o meu chão.”

Aqui deixo minha pergunta: Na sua opinião, quais seriam os recados ocultos nestas frases? Quer traduzir um deles? 

Nota: Foto 1 – Cartas Mamluk pintadas à mão na Turquia (à esquerda). As da direita são cartas da Família Visconti. ambas datam do período do início do Século XV.

Foto 2 –  data do Século XV. Cartas desenhadas e pintadas à mão. Retiradas de um baralho Mamluk que originalmente tinha 56 cartas. Exposta em um museu em Istambul.

Valéria Trigueiro

Valéria Trigueiro é perfumeterapeuta com experiência na elaboração de perfumes personalizados segundo o equilíbrio dos 4 Elementos. Seu trabalho define-se como "Aromaterapia e Espiritualidade.

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