O filho que nasce com marcas ancestrais, carrega chagas em sua alma.
Teria bastado ser desejado, mas resolveu nascer bastardo. Ainda assim, nutria pelos seus pais um amor por ter ganhado a vida. Mas essa vida não era valorizada, pois seus pais ainda estavam presos em suas próprias histórias de amor e de origem.
Cresceu em meio de pouco amor e aprendeu com suas próprias feridas a lidar com dor e curar em amor, mas sempre deixando uma cicatriz em sua pele. E nesse aprendizado de cura foi se esquecendo do autoconhecimento.
Cresceu sendo rejeitado pela sociedade ou mesmo por pequenos grupos em que se envolvia. Era o desajeitado, o maltrapilho, o de humor severo e aparência nefasta.
Aprendeu a receber amores adotivos e se tornou responsável aos cuidados de quem ia angariando na vida. Crescendo e aprendendo. Em seus maiores aprendizados, reconhece a força de uma terra e a importância de se reverenciar o chão abaixo do castelo. E aos poucos vai se desfazendo de ideias fúteis e mundanos utensílios, para tão somente reconhecer a vida e a morte.
Ao se tornar não um rei, mas um admirado e cultuado “deus”, aprendeu definitivamente que nossa honra está na nossa história carregada de todas as histórias anteriores as nossas e todas as futuras. Onde tudo se encontra e se recria. Onde a morte é vida e a vida é morte.
Ainda grato pela vida que recebeu e pelos amores conquistados, passa a integrar a sua vida ao universo. Mesmo que ainda não compreendido por essa vida, passa a buscar seu propósito na caminhada. Unindo a seu favor as energias que favorecem sua evolução.
E assim, vamos chegando aos dias atuais, onde se deve cultuar os grandes reis de nossa história, compreender o amor que nos é dado conforme aprendido e respeitar o chão antes mesmo do que vem acima dele. Receber a energia doce do fogo.
Mesmo que os dias sejam de dúvidas na fé e incerteza dos resultados, devemos olhar para as histórias na bagagem e o chão pisado até agora. Porque quando não entendemos mais nossa caminhada, sempre haverá um sopro luminoso que nos colocará de volta ao rumo.
Dias de muita tradição e muita reflexão. Busquem respostas de onde vieram e para que vieram. Quando a alma se ilumina não existe obstáculos. O universo conspira e nos tornamos deuses.
Tudo que recebemos soamos. Tudo que aprendemos, nos tornamos. Tudo que vive, morre.
Óleo Essencial – Manjericão
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.