Na tradição cigana uma das mais respeitadas festividades é a morte. Pois os antepassados nunca nos abandonam e se tornam privilegiados na proteção da tribo.
Mas não se deve falar muito dos mortos, pois entre os ciganos isso pode ser considerado até uma traição. Talvez falar de um morto possa deturpar a real imagem e importância que ele tenha tido.
Certo é após algumas cerimônias nas quais se queima os pertences do cigano morto, ainda se festejar durante algum tempo, pelo merecimento de ter passado para outro Plano, com comidas e bebidas que antes aguçavam seus sabores.
Não estou aqui para dizer que a semana é de morte, tampouco de luto. Os dias são para celebrar, para descobrir que nossos antepassados estão aí, vivos na memória, atuantes na proteção e plasmados em amor.
A tendência desses dias é avaliarmos a importância do que ainda está vivo dentro de nós. A saudade, assim como os exemplos de quem já se foi, agora devem servir como orientações para descobrirmos quem somos e para onde estamos indo.
Será que estamos dando real amor e dedicação ao que nos vale? Será que estamos realmente respeitando nossos sonhos, nossa vida, nosso corpo e alma?
Aproveitemos esse momento de festejos a quem se foi, para avaliarmos o que ainda nos resta.
Separar o que já morreu e insistimos em deixar vivo dentro de nós. Validar os sentimentos, os acordos e principalmente as oportunidades dadas pelo Divino.
Mas não é para matarmos tudo que existe dentro de nós a ponto de só nos sobrar a morte. Estou falando do luto sem tristeza. Do luto com clareza. Do luto branco.
Estamos vivendo uma vida de dependência das posses materiais. Não importam mais os conteúdos, somente rótulos e etiquetas. Não importam mais as pessoas, mas somente os objetos em que se tornaram.
Como a energia de um bom cigano, gostamos de viver em luz, brilho, fartura e alegria. Mas como excelente cigano, vamos viver de experiências, de virtudes e de paz de espírito.
Queime os pertences que já não importam mais, pois quando se for é o que farão por você. Se alimente de forma saudável e prazerosa, para que quando se for não se torne indigesto aos outros. Chore enquanto vivo para que sorriam por sua existência. Sorria enquanto pessoa, para que se torne a lágrima da saudade, não de piedade. Acumule amor, amigos, sabedoria e conhecimento, para que seja eternizado e comentado pela história.
A fraqueza do corpo será mostrada em dentes e pele. Sinta e cure!
Dias de avaliação da vida para que a morte se justifique.
Se prive e sofra pelo que real há de importante. O resto, a poeira se mistura e é carregada com o vento. Vento que sopra na vida e sussurra na morte.
Dias de luto branco! Dias de paz! Dias de alegria e determinação.
Oração para o Deus dos Ciganos:
“Deus tu que és o maior no céu e na Terra.
Nós, os ciganos, temos Teu nome nos nossos corações e nos nossos pensamentos todos os dias de nossas vidas.
Permita, Deus, possa estar Suas mãos nas nossas cabeças,
tome conta de nós contra o mal, contra as doenças, para não cairmos nos maus pensamentos. Você que colocou-nos para andar na Terra como Seu povo, mostre para nós o caminho bom, certo para quando chegar nossa hora que possamos beijar Seus pés.
Deus, você que nos guarda quando levantamos de manhã com o sol,
rogo a Você que tome conta do nosso trabalho,
e quando voltarmos para casa que encontremos nossas famílias muito bem de saúde.
Deus Você que é luz, rogo-Te que andes no meu lado direito e no lado
esquerdo, a frente e atrás e tome conta das minhas costas.
Agradeço tudo o que eu tenho na vida.
Tenho porque Você me deu.”
Assim seja! Optcha!
Óleo Essencial – Blend de âmbar e sândalo
http://valeriatrigueiro.com.br/aromaterapia/o-sandalo-e-sua-magia
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.