Quando se menos espera, a força do passado esbarra com a força do destino.
Lá estava ela, a princesa que nunca havia visto seu pretendente, o Príncipe Distante, tendo que arrumar as malas e seguir viagem para seu destino.
Princesa Criança que logo ao se casar passaria a atender pelo nome de Princesa Mulher e assim como o destino lhe prometeu, um dia seria a Rainha Madura. Enquanto seu Príncipe Distante, nunca iria deixar de ser apenas isso.
Ela ansiosa, ainda criança a florescer, já frequentava lugares sombrios, onde poderosas ciganas liam em oráculos os mais perversos destinos e os mais sonhados amores.
Mas, ao se consultar e vir à tona seu legado, não imaginaria descobrir tamanha dor, a de seu pai – o Rei Triste. O fato é que seu pai, ainda criança também, perdeu o próprio pai, sendo criado somente pelos conselheiros de suas terras. Cresceu, se instruiu, banhou-se de culturas do mundo, guerreou com os mais perigosos inimigos e passou em meio a tantas conquistas, a perder somente para as jarras e mais jarras de vinho.
Já não havia ali um rei, e sim, um homem acabado, medroso, triste e bêbado. Casou-se pelo ofício, conviveu inexistindo, até que sua única herdeira viesse ao mundo. A Princesa Criança era a mais linda de todas, com sua pele dourada e cabelos negros que encantavam os mais distantes muros. Seu olhar era doce e meigo, parecendo escorrer mel deles. E essa menina, solicitava o pai em todos seus momentos. Passou a olhar, aprender, amar e cuidar de seu próprio pai, esquecendo até mesmo de suas virtudes.
E voltando à cigana, descobriu que casaria, com um príncipe que não chegaria a ser rei, mas que morreria afogado de tanta bebida.
Sim! Nosso passado esbarra com nosso destino.
Essa princesa que ainda se chamava Criança, não tinha mais idade de criança, mas só cresceu nas atenções ao pai, pois esse por ainda permanecer na dor de criança, não queria perder mais ninguém na vida. E assim, ela aceitou seu destino. sem crescer, sem amar nenhuma figura mais, além de seu triste pai.
Ao ser entregue aos laços de seu novo homem – o Príncipe Distante -, estava confirmando seu pacto de amor pelo Rei Triste. Pois, ali, formava a parceria de regência e se entregaria para a figura mais próxima ao amor de pai.
No mais, seguiu sua vida, reinando e trazendo ao mundo mais uma nova criança, aquela que já não conheceria seu próprio passado, seu pai.
E nessas terras grandiosas em tamanho, foi gerando um reinado completo de tristeza e amargura que se repete até os dias de hoje.
O período é de devolvermos a dor daqueles que nos mostram a vida e nos entregaram a ela. Esse amor jamais será violado, mas não deve permanecer em adoração.
A agilidade em nossas atitudes, podem trazer insegurança em nossos sentimentos, mas quando cada um ocupa seu lugar de passageiro nesse grande navio da vida, o destino chega e pode nos trazer felicidade.
Momento de honrar nosso passado, mirar no futuro e nos comprometer com parceiros de viagem. os segredos agora devem ser revelados para que haja cura.
Boa Viagem!
Óleo Essencial – Cedro
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