Até o Sol provoca a sombra. E a sombra não necessariamente assombra.
Gosto de ilustrar a energia com algum arquétipo ou referência que possa traduzir as tendências do período. Mas não é preciso diferenciar entre heróis e vilões, basta diferenciar no que se entende e no que não se entende.
Esse período seria regido por um Cavaleiro vestido de Negro e mascarado. Talvez encarado como o Senhor do Oculto, do fim… a própria morte. Mas não o ceifador de vidas, o homem que pode até ter seguido os maiores Deuses, perseguido e se transformado.
O escuro que tudo esconde até aguçarmos nossa visão. A proteção que encaramos como medo, mas que rege a natureza como qualquer outro orquestrador.
Temos por hábito perseguir e até temer tudo que não podemos explicar, mas poucos aprendem que respeito não é medo.
O lado sombra de cada um pode não somente revelar o desconhecido, pode ser um poder transformador e mutante em situações adversas.
Exatamente isso que o mundo espiritual tentará mostrar nesse período. Precisamos nos adaptar quando não houver mais luz.
Há quem encare isso como tragédias, desastres, luto, dor, sofrimento e fim. Mas há quem encare como renascimento, aprendizado, oportunidade e cura. Se a escuridão fosse símbolo do fim, não haveria vida nas profundezas do oceano, onde nada se chega, nada se enxerga. Ou será que somente nós nada enxergamos?
Criemos visão fora do alcance, agucemos os radares, refinemos os sons e descobriremos o início, não o fim. Deus não começou “era tudo e fez-se a luz”. Antes era a escuridão, o nada e Deus fez a luz. Então, por que não sermos essa faísca? Essa centelha? A luz de nós mesmos?
Talvez porque temer a escuridão é mais “aceitável” do que se adaptar a ela. Ou quiçá, se tornar o oposto dela.
Respeitemos o Deus Morte, quem tudo vê, que tudo regenera e que abre os portais.
Quem se protege, tem mais certeza, tem mais garantia. Veja o mundo com clareza, mesmo que na proteção da escuridão de seu quarto.
Se o momento é de roubo, destruição e doenças, seja você a cura, a doação e a beleza.
As mudanças serão radicais, a luz apagará e nos cabe a cegueira das mouras, a audição dos ratos e a vida dos cemitérios.
“Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim”
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