Pois é, chegamos a um momento muito importante nos estudos e na utilização da Aromaterapia. Com a popularização do próprio termo e os evidentes benefícios que isto pode trazer, a reboque veio a banalização e uma má compreensão do que seja realmente a Aromaterapia.
Sim, a princípio, a maioria das pessoas que está lendo esse artigo, dispensaria uma definição do termo, mas ainda assim, em nossos cursos, nos preocupamos em repetir as definições “já sabidas” e introduzir nosso ponto de vista, que difere um pouco do estabelecido. Acreditamos que é melhor sobrar informação do que saber pela metade, já que isto constitui perigo.
Aliás, essa afirmação funciona para quase tudo. Vivemos uma época de generalismos, achismos e teorias para qualquer coisa. Estuda-se sobre diversos assuntos, teoriza-se sobre eles, e o que é pior, discute-se e propagam-se as informações. A cada vez que isto acontece, acrescenta-se algo, ou esquecem informações relevantes. Bem, talvez isto não venha a constituir problema, já que em alguns dias surgirá um teórico para dizer o contrário.
Por isso, o importante mesmo é conhecer a si mesmo, como é sabido desde a Antiga Grécia, e encontra-se escrito no Templo de Apolo: “Homem, conhece-te a ti mesmo”, aliás, um bom exemplo do que estamos falando, já que se atribui essa máxima a várias pessoas, desde poetas, aliás, uma poetisa, filósofos e até a afirmação de tal frase haver caído do céu. Mais tarde, credita-se a autoria a Platão.
Como o mais importante é o que nos traz o ensinamento, no caso não nos importa exatamente seu autor, mas o que significa. Conta-se que neste mesmo templo na parte externa, tem outra máxima que diz o seguinte: “O corpo é a casa de Deus”, portanto se um indivíduo conhece a si próprio e aos códigos enviados pelo seu corpo, estará, de certa forma, tendo contacto com a Divindade. Ao obter-se permissão para adentrar a parte interna deste Templo, o aprendiz encontrará a frase “Homem, conhece-te a ti mesmo, assim conhecerás os deuses”.
Assim, como temos um DNA único para cada indivíduo, nós como terapeutas, devemos tratar cada cliente de forma diferenciada, respeitando as particularidades que lhes forem próprias. A Aromaterapia através de sua literatura irá ensinar que tais e tais óleos essenciais são recomendados para determinados desequilíbrios. Estarão corretos, sem dúvida, pelo menos a maioria deles. Entretanto, apenas a título de ilustração, contamos um caso para vocês: Carmen (nome fictício, claro) sofria de pânico segundo os médicos.
Começou a tratar-se com os remédios indicados sem muito sucesso, apenas dormia mais do que o recomendável, mas o pânico estava lá dormindo com ela. Ela acordava e ele já tinha até escovado os dentes, só a esperando levantar. Tinha dias que ele ficava irritado de tanto que ela dormia, que resolvia acordá-la pessoalmente. Era um horror, pois a menina levantava suando frio com pesadelos. Chegou a um ponto em que, segundo sua mãe, estavam já “apelando para tudo”, dizendo isto de uma forma, que preferimos nem entrar no mérito.
Chegaram então à Aromaterapia através de uma vizinha que indicou o óleo de ylang ylang para Carmen. Indicação perfeita, sem dúvida. Apenas um detalhe, Carmen sofria de hipotensão desde criança, temperamento muito calmo, e outras sutilezas. Chegou a um ponto em que como só dormisse e relatasse estar sentindo-se melhor, apesar do estado de sonolência constante, foi encaminhada aos nossos cuidados. Fizemos todos os atendimentos via Skype – o que continua até hoje, apenas a título de acompanhamento em consultas eventuais .
Após uma longa anamnese, descobrimos que a despeito de o óleo de ylang ylang ajudar contra o pânico, ser antidepressivo, e até ajudar a dar um impulso na vida, com ela não estava funcionando. Perguntamos como vinha utilizando o óleo. Bingo! Puro e em altas dosagens. Após estudarmos o histórico e detectarmos as reais necessidades dela, indicamos utilizar o ylang em baixas concentrações, em spray ambiental com álcool de cereais e água de flor de laranjeira. Pedi utilizarem com muita observação, por 7 dias e parando 3 para sentir se havia algo diferente. Depois mais 7, até completar 21 dias.
Além disso, fomos intuídos a criar uns mantras para que ela os repetisse regularmente, juntamente com o uso da sinergia, visando a autoestima e liberando-se de padrões de descrença em sua capacidade.
Com a utilização da sinergia regularmente, ela passou a ter sonhos lúcidos, e com nosso auxílio, finalizava todos eles de forma a tomar consciência dos mesmos, e consequentemente conseguiu manter o controle e direcionar seus desejos e emoções de forma clara, o que a vem beneficiando bastante. Hoje já faz esse trabalho automaticamente sem nosso auxílio.
Como resultado, teve acesso a seu potencial latente que era um impulso para pintar telas com visões que tinha em sua tela mental. Com este recurso simples, pode lembrar-se que desde a infância gostava de “desenhar seus pensamentos” e dizer para os pais que quando crescesse seria uma pintora famosa. Lamentavelmente, obtinha como resposta que isto não era trabalho. Relatou que conseguia ver e sentir as cenas até hoje.
Via os olhos de seus pais cruzarem-se, segundo ela, num olhar de desaprovação. Claro, a consequência disso foi esquecer-se de um impulso natural, que era o desenho e da expressão de suas emoções através do papel ou tela. Tendo em vista a frustração de um impulso natural, deixando de exercer seu talento, o corpo de Carmen reagiu com símbolos através dos sintomas de pânico, da hipotensão e de outras pequenas mazelas, minando sua alegria, vontade de realizar e até suas forças para tal.
Após exatamente 33 dias, ela já estava de volta à sua vida normal, acrescida de novas cores, seguindo seu caminho em direção à própria felicidade. Hoje, tem seu próprio atelier onde produz belas telas nas horas disponíveis, que teve que criar como rotina de vida. Ah…, quanto ao pânico, este nunca mais quis visitá-la, pois o aroma que Carmen exala não mais o atrai.
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