O Mistério da Cortesã – Ela está chegando…

Coucou ça roule?

Opa…! Eu aqui não falo francês, e ideia não tinha desses cumprimentos, mas foi assim que começou o texto. Aceito. Nada de controle quando escrevo. Nem nunca, pelo amor de Deus!

No momento está nascendo um livro chamado “O Mistério da Cortesã” (ou o Perfume da Cortesã – cada hora um título se impõe – acho que estão brigando para ver quem ganha.

Não preciso dizer que ela, a Cortesã, existe e tem estado comigo desde março deste ano. Conversamos em texto.  Chega aos meus dedos, escrevo e aprendo. Hoje aprendi esse tal de Coucou! Ça roule?” Sei que é uma saudação, mas quando isso ocorre, não pesquiso, pois perde totalmente a espontaneidade da escrita e não curto isso. Na verdade, até atrapalha.

Hoje acordei sonhando com ela e com o início do livro. Era um pedido para que eu publicasse – um recado e um alerta para quem lesse, pois os tempos pedem.

Nunca escrevi nada com a pretensão de dizer que foi canalização, psicografia, sei lá mais quem ou o quê, porém posso chamar de “escrita espontânea“, algo em mim, meu, inspiração, meu Self, inconsciente, mas quem sabe? Explicar para quê, afinal?

Escrevo porque a escrita é maior que eu – se impõe. Não vou responsabilizar algo do lado de fora. Sou eu, de alguma forma diferente, talvez. Se eu não escrever, há consequências no humor e até físicas. Insônia é uma delas.

Gente…! Estou eu contando a Vida para vocês…! Mas vamos lá ao spoiler do livro da Cortesã? Na verdade, nem é spoiler, são pequenos trechos.  Transcrevo aqui uma conversa, na verdade, um monólogo de uma cliente de seus exatos 35 anos, que marcou uma consulta via telefone.

Disse ter sido indicada por um cliente; que se chamava Luna Maria, que gostaria de uma Consulta Plena* – sabia muito desse nosso trabalho – e este tipo de consulta é algo profundo, que demora algo em torno de 60 dias de supervisão e assistência ao cliente. A primeira, pode demorar mais de duas horas. Vocês verão porque essas informações são importantes, mas com o tempo.

Claro que acreditei, pois não tem essa descrição do trabalho detalhada nem aqui no site, tampouco nas redes sociais. Só poderia ser mesmo indicação.

Tentando entender Luna e seu mistério

Começa que chegou e eu só soube que ela estava na porta porque senti um perfume exótico e uma vibração diferente. Intuí que deveria abrir a porta. Lá estava ela – olhou-me, mandei entrar com um sorriso, ela fez algo como um balançar a cabeça, tão sutil, que até agora não sei se foi isso mesmo, ou tive a impressão. Ela não abriu a boca. Depois de uns vinte minutos (que vocês verão no livro o que ocorreu), tomei uma providência radical.

Água, café, chá? Boa tarde, sorriso, pergunta, resposta? Nada. Endoidei. Levantei-me, dando as costas para ela, dirigi-me ao bar secreto do consultório, puxei uma garrafa da adega e quando voltei os olhos, retornando ao meu lugar, a mulher que ali chegou com cabelos muito bem presos, vestido negro de tecido nobre e discreto decote traseiro, muito bem maquiada, usando chapéu com um véu bem fininho – parecia uma mulher do início do Século XX, estava diferente.

A mulher que chamava atenção desde o chapéu até seus sapatos negros como seus cabelos e vestido, além do salto  que magnetizava nosso olhar pela altura, e cor rubra. Curiosa figura. Torna-se misteriosa a partir do momento em que abre a boca.

Apenas me olhava e recusava minhas ofertas com leve menear de cabeça. Bem, é esse o cenário. Ela sentada em posição ereta, elegantíssima, rosto rígido, porém sem tensão. Quando volto, está com seus longos cabelos soltos, sem chapéu, deixou os sapatos de lado, ficando descalça e bastante à vontade, descruzou as pernas, sentou-se em posição de lótus, que alternava com um andar de um lado para outro.

Entreguei a taça na mão dela e vi um sorriso iluminado. Servi meu melhor vinho lentamente, tentando ouvir a música do vinho caindo na taça – às vezes parece que ouço novas ideias só nesse ato. Ela parecia adivinhar. Olhou-me e deu uma gargalhada educada. E eu, me senti mais à vontade com a insanidade de servir vinho para cliente – e na primeira consulta. Jamais façam isso, é um absurdo! Mas deu certo. Tudo é relativo?

Enfim, Luna fala em voz calma, morna e sotaque francês

Finalmente conheço a voz de Luna. Mais um mistério. Ela fala com sotaque francês, em tom didático e profundo.

“Cada um traz um mistério, um desejo, um segredo velado. E é exatamente neste ponto que tenho a oportunidade de crescimento, me questiono e me supero, pois nos encontramos naquilo que temos em comum – a humanidade, sem fantasias ou máscaras.”

Não precisamos ter as mesmas experiências, sentir de forma parecida ou concordar com a visão de vida do outro, ao contrário, pois é justamente nas diferenças que podemos nos observar, nos doar e receber o outro. Quem sabe haja um equilíbrio entre um ponto de vista e outro? E isto chama-se equilíbrio mesmo! É preciso usar a ponte do coração que une os polos.

Nos darmos ao menos a oportunidade de aprender um novo olhar, por pior que nos pareça, por mais abominável que seja, já que assim temos melhores condições de nos proteger. A dualidade existe nesse Planeta, é um fato. E precisamos tomar nossa posição no Universo, sermos coerentes com nossa alma e sua função.

Há momentos de acolher e argumentar, mas há momentos em que devemos guardar nossas opiniões e sentimentos, posto que sagrados, e nos colocarmos de forma a ouvir, acolher como fato (não como discurso) e tentar compreender que o ritmo e o Tempo do outro, é dele, e temos que respeitar, por mais que nos doa ver pessoas falando desumanidades com ar de quem fala algo simples e edificante.

Quando digo que temos que respeitar, na verdade, estou pedindo que  respeite a si própria, se preserve. Há um perigo maior, que ainda não citei: há aquelas pessoas que não querem ouvir, não querem aprender algo “novo” para mudar sua vida, sua vibração.  É preciso saber quando falar e quando calar.

Porém, ao menos, tentemos, pois do contrário,  quem precisará de observação e cuidado seremos nós, já que a Vida é uma grande sucessão de ajudas mútuas, um encontro de almas humanas aptas para ensinar umas às outras aquilo que cada uma tem de melhor. Mas para isso o terreno precisa estar fértil, do contrário, as sementes não brotarão.

O que faz grande diferença no final das contas, são os valores humanos, estes sim são determinantes, não só no nível individual, mas na Vida como um Todo e até no Planeta.

 Em que baú apodrecido a humanidade esqueceu sua função evolutiva?”

Sua fala influencia, sua atitude ensina. E a atitude autoprotetiva por vezes é a única cabível. Não se trata de egoísmo ou omissão – é trabalho, pois a soma do um mais um é que agrega. O Inconsciente Coletivo está doente justamente pelo fato de as pessoas seguirem as ideias de terceiros, não pensarem com clareza porque não  conhecem a si mesmas. Seria preguiça existencial?

Esse mundo está estranho. Pense comigo: Como funciona isso de ter seguidores? De seguir alguém? Você está sendo seguida! Pessoas que você não tem a menor ideia do caráter e valores, estão ali, seguindo, (ou seria controlando)?

“Autoridades” em um assunto são as pessoas que têm uma rede social bem administrada. Faça um exercício: pegue umas vinte pessoas que você segue e pergunte-se: “por quê”? Veja quem está seguindo você. Por acaso as convidaria para sentar-se no sofá de sua sala? Jantar com a família? Ah, não convidaria? Então por que elas estão vendo sua família, sua mesa de jantar, e sabem o cardápio de hoje e ainda, onde você esteve ontem à noite?

Somos um Todo, Unidade e enquanto não entendermos isso, não evoluiremos de verdade, como espécie. Se cada um doar um mínimo de si, de seus talentos, o mundo evolui. Não espere pelos governos, chefes, maridos, mulheres, pais, filhos ou amigos ou amantes. A Unidade que tu és é preciosa. Acredite.

A cada um, segundo suas obras. A Vida certamente fará um trabalho melhor do que “o outro” na sua Vida! A maldade contamina, intoxica e pode matar, literalmente. E você faz parte de um lado que pensa em construir. Faça seu trabalho. Una-se ao Coletivo com seus pares. Momento de união. Não tenha medo. Este sentimento está minando muita força que se faz mais do que necessária nesse momento planetário.

Eu volto!”

Ela neste ponto levantou-se, andou pela sala inteira e calou-se voltando a sentar-se ereta. Calçou os sapatos e eu, confesso, com cara de quem viu um E.T. dançando samba no púlpito de uma igreja romana. Eu precisava me recuperar. Ela levantou-se e pediu que marcasse uma consulta. Eu disse que a próxima consulta poderia… Ela me interrompeu: “A primeira consulta. Próxima?” Eu concordei, pensando que realmente eu não dei consulta alguma.

Eu querendo falar qualquer coisa para me sentir aterrada, pois a sensação era de que estivesse sonhando, disse: “qual horário e data será melhor entre estes?”, mostrando a agenda. Ela puxou uma caneta de ouro de sua carteira também belíssima e escreveu o nome Luna Maria em um horário e nos seguintes escreveu: Claire Marienne Montpellier.

Que sensação estranha foi aquela? Não consegui contestar, perguntar quem era essa pessoa, e a pergunta mais cabível: “você sabe se posso atender por tanto tempo seguido?” Não perguntei, mas, misteriosamente,  ela respondeu: “Sua agenda está na minha mão, não? Pode sim.

Nada mais disse, virei-me para guardar a agenda, até porque não sabia o que fazer, e ela desapareceu. Ouvi mais uma vez, com aquele sotaque francês, que ela tinha perdido tão logo voltou à cadeira. “Eu volto.”

Ao olhar para o chão, notei que ela havia deixado os sapatos ali. Estranhamente estavam lá, apesar de eu tê-la visto calçando-os. Teria ela saído descalça?

Nota: O livro será disponibilizado em breve. Aos poucos desvendaremos juntos o mistério.

*Consulta Plena – trabalho desenvolvido por mim e o Constelador Sistêmico Marcelo Barroca.

Trata-se de uma combinação de Constelações Sistêmicas, Leitura do Mapa Alquímico, Tarô Alquímico, Setênios, com suporte de exercícios e indicação de ervas e óleos essenciais, visando ressignificar memórias de forma acolhedora e participativa. (consulte-nos).

Todos os serviços são oferecidos de forma independente, podendo ser combinados com outro (s) serviço (s) de terapia alternativa, segundo a necessidade e/ou desejo do cliente.

* Financeiramente viável para todos, a fim de participarmos desse momento planetário de forma ativa e acolhedora.

Fotos:

Valéria Trigueiro

Valéria Trigueiro é perfumeterapeuta com experiência na elaboração de perfumes personalizados segundo o equilíbrio dos 4 Elementos. Seu trabalho define-se como "Aromaterapia e Espiritualidade.

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