Quando embarcamos nessa viagem ao Planeta Terra trazemos na bagagem 50% das melhores e das piores qualidades de nossos pais. Na verdade, 50 por cento de cada um – uma contribuição genética, afinal é essa a Natureza.
Mas, peraí! E você onde fica nessa história, se é 50/50, onde está a sua parte? Claro, você é quem habita o corpo formado no útero materno e que ao cortarem o cordão umbilical na hora que você nasce, é o Momentum em que se passa a ter o direito ao pronome EU.
Tornarmo-nos Um aqui na Terra. É assim, mas começam as interferências já no berçário. As pessoas cismam que têm que lhe achar parecido com alguém. “Nossa, é a cara do pai, mas a boca… ah sem dúvida é igual a da mãe…”
Estes, sem querer, podem até começar a se sentir vaidosos (ou excluídos)… Afinal, “você “puxou a família do seu pai”... assim, sua mãe se sente injustiçada. E quanto a esta afirmativa de haver “puxado a família do pai”, que a família da mãe abomina, e você sabe disso, o que estão dizendo de você? Como você se sente?
Somos todos humanos. É verdade, mas não podemos nos levar muito a sério. Começamos a crescer e outras coisas nos são ensinadas – umas úteis, outras fúteis, algumas necessárias e outras totalmente dispensáveis.
Mas não temos ainda aqui na Terra discernimento suficiente para escolher, descobrir ou contestar, assim, vamos no fluxo e quando nos damos conta, estamos repetindo absurdos aprendidos na infância. Um efeito colateral pode ser como o exemplo acima – você se identificar com seu pai que é algo não admirável pela família e acreditar ser igual. “Seu pai é irresponsável”. (você ouve que você é irresponsável)
Uhm… claro, nesse caso, você pode virar uma pessoa neurótica cumpridora dos seus deveres, se culpando por ter esquecido de pagar a conta de luz que venceu no dia 10, no dia 11. Claro, o contrário também é bastante comum, pois num movimento inconsciente de “lealdade ao pai” (de alguma forma você acha injusto o que ouve – e é, já que estão falando de alguém que não está presente e você só conhece uma versão), e assim “compra a versão da sua mãe e das suas tias, enfim da família contrária e se torna um irresponsável, “igualzinho ao pai dele…” No final das contas, “você não contraria ninguém…!”
Ok, vamos à escola e aprendemos muita coisa útil, outras fúteis… tudo igualzinho ao que já aconteceu em casa, com a diferença de que agora, estamos aprendendo os valores e as neuras dos nossos professores e os pais deles.
Ok, pode parecer que estou fazendo drama, mas não é.
Você só torna-se você, aquele que um dia embarcou por aqui, depois de enfrentar seus medos, iluminar suas sombras, vencer seus próprios monstros e separar o joio do trigo – “esse é o meu pai, essa é minha mãe”, seres independentes um do outro e de você mesmo. Colocar sua mãe e seu pai no lugar a que pertencem em sua Vida é tarefa hercúlea, mas por outro lado, apesar da sacralidade da relação, ainda que envolva mágoas, culpas ou qualquer sentimento humano tão comum quando falamos de pais e filhos (somos, – eles e nós, – humanos, ora!) é, por outro lado simples também. (Depois falamos desse papo de culpa e mágoa, credo…! Dá pra viver sem isso, a gente até emagrece…) Verdade!
As coisas se tornam mais claras e fáceis de solução quando assumimos que é com a gente mesmo, e depende de nós darmos o tom e o ritmo dos relacionamentos e decidirmos o que queremos “carregar em nossa bagagem”. Quando optamos por assumir o comando dos nossos relacionamentos, temos que ter em mente que isto requer boas doses de autoconhecimento e autorrespeito. Sim, a partir de agora, já com uma boa ideia de quem somos, podemos começar.
À essa altura, já procedemos a uma operação alquímica, ainda que nem tenhamos percebido – trata-se do Solve & Coagula – – de origem latina. Solve – dissolver, desfazer , separar , diluir – é o processo de purificação (das relações, quem sou eu, quem é o outro) – aqui estamos ainda no Solve.
Este princípio equivale a abandonar, deixar para trás, dissolver os conceitos que nos limitam – neste caso, colocar o pai e a mãe em seus devidos lugares, bem como suas crenças, traumas, neuroses e tudo que os limita e “herdamos deles através da “educação”.
Entretanto, até suas melhores qualidades também entram nessa conta, já que o que deve permanecer é aquele EU de quando você nasceu, acrescido do aprendizado através das experiências de vida que você vai adquirindo – e a forma eficaz de SER vem exatamente do sentir, para só após pensar, avaliar, filtrar e ver o que realmente lhe pertence. Onde você está naquela história, como se identifica.
É nessa hora que precisamos dizer: “eu não sou você, mãe!”; “eu não sou você, pai”. Ainda que lhes tenha grande gratidão por estar aqui na Terra e, através de vocês, no que é “bom ou ruim”, posso identificar o que é meu e o que não é.
Apenas a fim de ilustrar, posso dizer que em determinada época da vida, eu ainda bem jovem, “adquiri” um medo absurdo de sair na rua à noite – nessa época o medo era injustificado, já que a violência urbana ainda era algo distante. Quando havia algo, eram roubos de relógio de pulso… Será que posso dizer que tenho nostalgia deste tempo? Não! Não é para tanto!
Enfim, descobri em terapia que aquele medo era da minha mãe e não meu, até porque sempre gostei de sair à noite. Hoje até tenho medo sim, mas justificável, como todos sabemos, mas ainda assim, se necessário, eu saio sim.
As Constelações Sistêmicas teriam explicado essa neura facilmente se à época a praticássemos. Esse período de tempo em que sofri com isso, tinha correlação com algo da vida de minha mãe na mesma época – “coincidência de idades”. (naquela época uma mulher “desquitada” sair à rua à noite era um acinte aos bons costumes). Nada a ver com o meu caso, outra época, outro estado civil, outras companhias… ao contrário… Mas inconsciente tem um poder destruidor, bem como Divino – temos que torná-lo luz, consciência. Assim, é construção e criação.
Este é um exemplo light, mas poderia contar que “herdei” da minha mãe a crença de que “sou rica” e fiz muita maluquice com dinheiro, pois agia como se fosse papel e não papel moeda – os argumentos eram exatamente os da minha mãe – “ora, dinheiro serve para isso; eu mereço; afinal, trabalho tanto para quê?” Só que o que eu esqueci é que ela realmente tinha dinheiro e eu nem tanto…!
Após algum sofrimento aprendi e trabalhei mais, muito mais, mas confesso que se eu não conversar seriamente com a “filha da mamãe” quando estou com dinheiro mais à vontade, uhm… me pego repetindo: “ora, afinal, eu mereço…, trabalhei tantos anos para que? E hoje, já a pessoa adulta, num esforço de maturidade responde: “para ter juízo e respeito com o dinheiro, pois ele é sagrado, já que é fruto do seu trabalho, do seu compromisso, dinheiro é energia de sua saúde, do seu tempo de estudo e trabalho efetivamente, você precisa comprar 4 pares de sapatos de uma só vez?
Respondo que não, “mas dois, vai lá… até que dá, quem sabe…?” Faço barganha comigo mesma. As diferenças: a minha mãe aprendeu em outra época, quando se dizia que “dinheiro é sujo”; “não pode gastar para não faltar, pois você não sabe o dia de amanhã” (minha avó falava isso para os filhos, pois viveu no tempo da Guerra. Minha mãe era rebelde e gastava assim mesmo, pois já tinha criado os filhos, se aposentado com salário integral (olha só que luxo!) e dizia que essa era uma forma de reforçar a fé – “não vai faltar!”; “o dia de amanhã será melhor do que o de hoje porque eu me comprometo também em ser melhor amanhã.” Essa parte eu incorporei, claro! O que é bom, podemos aprender e receber como herança.
Exemplos temos aos montes, como o menino que não conviveu com a mãe que só comia arroz regado no azeite, e ele, com três anos de idade, fazia exatamente a mesma coisa. Claro que não é genético no sentido que conhecemos, mas está no campo vibracional familiar, ou no DNA volátil. Não sei se ainda o faz, mas se o fizer, seria algo que não tem muita importância e não prejudicaria ninguém, mas fica a pergunta: “será que ele realmente gosta de arroz com azeite por cima?”
Uma excelente forma de fazermos esse processo de Solve & Coagula é estudarmos nosso passaporte de embarque na Terra, nosso Mapa Natal Alquímico, pois ao analisarmos, a casa onde mora o EU, aquele que nos tornamos quando nos separamos de nossa mãe pelo umbigo, nossa identidade social, e formos caminhando pela mandala astrológica e descobrirmos o que já tínhamos em nossa bagagem quando recebemos o visto de entrada na Terra (Cauda do Dragão) e todos os detalhes de cada setor de nossa vida, poderemos por fim, chegar ao que chamamos de Coagula no que diz respeito ao nosso Eu/Ego, pois trata-se da reunião daquilo que sobrou de bom – a nossa origem – ficando apenas a matéria prima para a construção do novo ser – em sabedoria, em luz e sacralidade – a saúde do corpo e da alma – fixando a cura do nosso Ser.
Por isso, precisamos lembrar a cada momento que você não é seus pais, tampouco eles são você – Você é indivíduo – aquele que não se divide – chegará um momento que isto estará integrado e não mais será necessário lembrar – você sabe quem é!
Informações sobre o Mapa Natal Alquímico via Messenger ou Instagram Direct – Valéria Trigueiro Perfumeterapia e Espiritualidade.
Nota: No podcast de hoje falei nos óleos essenciais abaixo, clique nos links
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